quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ka 1994 à 2013

Em 1994 a Ford deu os primeiros sinais ao mundo de que estava empenhada em apresentar algo de revolucionário em termos de design e soluções, quando então durante o Salão de Genebra daquele ano, apresentou o primeiro esboço do Ka, nome emprestado da mitologia egípcia e que significa “o espírito de todos nós”, entretanto, as linhas definitivas do carro somente seriam sacramentadas em 1996, pelas mãos do designer Claude Lobo, diretor de desenho da marca na Europa.
Estas eram a expressão do que foi batizado pela Ford de “New Edge”, ou algo como “desenho arrojado, ou desenho inovador”; nele, linhas ovais, curvas e retas misturavam-se para criar um desenho fluido, no qual um segmento do veículo conectava-se a outro de maneira harmoniosa, como se fizesse um anúncio do que viria a seguir. No Ka, a grade emendava com as luzes de direção, que por sua vez, ligavam-se aos faróis e assim sucessivamente.
Amplo para-lamas plásticos faziam também o papel de moldura lateral, contribuindo para a redução de peso e fluidez.
Sua estrutura derivava da do Fiesta, que crescera e deixara espaço para o seu nascimento, entretanto, havia sido reduzida em 21 centímetros, entretanto, graças à disposição das rodas nos extremos da carroceria, possibilitou ao carro oferecer bom espaço interno e excelente comportamento dinâmico, já que isso concentrava peso próximo ao centro de rotação do veículo. Com isso, o carro apresentava reduzida tendência de sair de frente nas entradas de curva, e de traseira, quando se alivia a aceleração.
Pensado para ser um carro urbano destinado a pessoas solteiras ou a casais sem filhos, o Ka trazia espaço para quatro ocupantes – embora quem fosse atrás não encontrasse muito espaço para se acomodar – e ali também podiam ser vistas a continuação do estilo empregado na carroceria; ficava faltando porta-malas mas um carro para viajar não era a sua meta.
O painel parecia levar o olhar a deslizar para a seção central, enquanto que ali havia um estiloso relógio analógico oval. Espalhados pelo interior, porta-objetos diversos otimizavam espaço e até mesmo no túnel, em sua seção traseira, havia um porta-copo, enquanto que uma cavidade no lado direito do painel abria espaço para o porta-luvas. Enfim, tudo fora pensado para que o carro expressasse uma nova tendência que, dali em diante, se espalharia pelos demais veículos da marca, a ponto de o Taurus ter sido quase um carro oval.
Aqui no Brasil a Ford nunca havia oferecido ao consumidor um carro pequeno – no passado, havia fabricado o Corcel e depois, o Escort –, mas diante de um novo cenário econômico e do avanço das concorrentes no segmento de entrada, ela viu a oportunidade para produzir em sua planta do Taboão, em São Bernardo do Campo (SP), aquele carro que tanto estava chacoalhando a opinião pública no Velho Continente.
Para trazer o carro para cá a Ford trabalhou rápido e em março de 1997, seis meses depois de sua avant première em Paris, ele debutava por nossas ruas, até porque, membros da subisidiária brasileira participaram do desenvolvimento do carro – o motor aqui elaborado foi adotado na Europa. Assim, o Ka nacional era praticamente o mesmo comprado pelos europeus; as diferenças se resumiam às lanternas traseiras com duas luzes de ré (na Europa era uma só devido à luz de neblina), 24 mm mais alto em relação ao solo, pneus de perfil mais alto (145/80-13 ou 165/70-13 de acordo com a versão) e exclusão da regulagem de altura do banco do motorista.

Para acompanhar os avanços estéticos, a Ford tratou de equipar o Ka com um pacote de itens tecnológicos bastante interessantes e alguns até então desconhecidos para o segmento aqui no Brasil, como no caso do farol de duplos refletores e de superfície complexa e lentes de policarbonato, imobilizador do motor com chave codificada, comando hidráulico de embreagem (sem cabo), injeção eletrônica multiponto sequencial de quinta geração (EEC-V), corte de combustível em caso de colisão para evitar incêndios, suspensão dianteira montada em subchassi e no caso do CLX, direção assistida com relação variável (mais rápida no centro e mais lenta no final de curso do volante).
Apesar de toda modernidade do projeto, justamente no motor os engenheiros não haviam entregado a mesma dedicação e assim, o Ka chegava equipado com o quarentão, porém confiável Endura-E, nas versões 1.0 e CLX 1.3, de 53,5 cv e 60 cv, respectivamente, mas era no torque que a última se destacava, com 10,4 kgf.m contra 7,8 kgf.m da mais fraca.
A Ford esperou mais três anos até dotar o Ka de um motor compatível com a modernidade de seu projeto, mas em 1999, apresentara duas versões para aumentar o interesse pelo carrinho: a Image, que trazia os para-choques pintados na cor da carroceria, direção assistida de série, relógio analógico no painel, além de travas e vidros elétricos; a outra era a Street 1.0, mais simples e que foi vendida somente pela internet. Mas voltando a falar no motor, em 2000 chegava o Zetec Rocam, que já havia sido empregado no Fiesta e fabricado em Taubaté.
Embora fosse um motor de bloco de ferro fundido e somente cabeçote de alumínio com comando simples e duas válvulas por cilindro, seu ponto forte era o acionamento da válvulas por alavanca roletada, que justamente por diminuir atritos, aumentava seu rendimento, fazendo com que o 1.0, que equipava as versões GL e GL Image chegasse a entregar 65 cv e 8,9 kgf.m, superando até mesmo a 1.3 do Endura-E. Para melhorar ainda mais as respostas deste novo Ka, a Ford tratou de encurtar as relações e marcha.
Neste mesmo ano 2000, a Ford lançou o Ka Tecno, versão mais esportiva, com rodas de alumínio, defletor traseiro e para-choques na cor cinza metálica.
Diante das boas respostas a esta iniciativa, em maio de 2001 chegava a versão mais forte jamais produzida no mundo do Ka, a XR, equipada com motor Zetec Rocam 1.6 de 95 cv e 14,2 kgf.m, que faziam acelerar de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos e atingir até 186 km/h, números que exigiram alguns reforços estruturais na frente do carro. Externamente, o carro trazia defletor traseiro, saias laterais e rodas de alumínio 14 polegadas calçadas com pneus 185/60-14 e ar-condicionado de série (vidros e travas elétricos ainda eram opcionais).
Em julho de 2001, dois meses após o lançamento do XR, chegava outra versão, a Black, que como o nome sugere, vinha pintado na cor preta e trazia acabamentos refinados como revestimento de couro preto nos bancos, laterais de porta, alavanca de câmbio e volante, maçanetas cromadas, conta-giros, direção assistida, ar-condiconado, rodas de alumínio de 14 polegadas, defletor traseiro e vidros e travas elétricos.

Diante de piadas e brincadeiras que surgiram em virtude de sua traseira – muitos diziam que era feia, inadequada e que até mesmo parecia um bebê de fraldas – a Ford brasileira tratou de mostrar em 2002 um novo desenho para esta porção do carro. Novas e maiores lanternas foram adotadas e embora isso tenha feito com que se perdesse a conexão com o vinco dos para-lamas traseiros, isso parece ter agradado o consumidor. Apesar do êxito, esta alteração jamais foi implantada no Ka comercializado na Europa.
Pegando carona na redução de impostos para veículos entre 1.0 e 2.0 decretada neste ano (2002), a Ford preparou uma nova versão para o Ka, desta vez, batizada de Action, que apresentava acabamento básico e motor 1.6 e que foi mostrada no Salão do Automóvel daquele ano. Nele estavam ausentes as rodas de alumínio e a saias laterais do XR e se o consumidor quisesse, teria de pagar à parte pela direção assistida, que tornava-se opcional.
Novidades somente foram apresentadas dois anos depois, quando em 2004 o Ka apareceu nas lojas trazendo nova grade e para-choque dianteiro, console central com porta-copos e porta-objetos, além de novas forrações de bancos.
Dois anos depois, em 2006, surgia a versão MP3, que utilizava do recurso do rádio/CD player com entrada para tocador deste tipo de formato de arquivos. Disponível nas motorizações 1.0 e 1.6, trazia de série direção assistida, ar-condicionado, vidros e travas elétricos e rodas 14 polegadas – este foi vendido apenas na cor preta, com retrovisores, frisos, maçanetas e grade pintados em cinza.
Depois de diversas versões e apenas mudanças cosméticas, no final de 2007 (especificamente no dia 14 de dezembro) o consumidor brasileiro foi apresentado a um novo Ka. Completamente remodelado, o carro passou por mudanças acentuadas que, embora tenham lhe mantido a personalidade, recuperaram sua modernidade, a ponto de muitos quando se depararam com ele pela primeira vez e sem saber, achar se tratar de um novo carro japonês. Dez anos depois de ssua chegada ao mercado brasileiro, a Ford entendeu que o carro precisava de um upgrade e para isso não poupou ousadia para a obtenção dos resultados estimados. O carro voltou a recuperar os antigos 20 centímetros que seu chassi havia perdido do Fiesta e ganhou ainda mais dois centímetros na largura, tudo para privilegiar o espaço interno e o conforto dos ocupantes, além de a fábrica também tê-lo dotado do motor Zetec Rocam Flex, nas versões 1.0 e 1.6. A primeira entregava 72,7 cv a 6.000 rpm (álcool) e 69,3 cv a 6.000 rpm (gasolina) – para 2012 a potência rodando na gasolina caiu para 68,5 cv aos mesmos 6.000 rpm. Já na versão mais forte, estes números são de 107 cv a 5.500 rpm (álcool) e de 102 cv a 5.500 rpm (gasolina).
Em novembro de 2009 a Ford decide fabricar a versão ST, de apelo esportivo e que vinha sendo montada em algumas concessionárias. Equipada com apliques nos para-choques, aerofólio, ponteira de escape em aço inox, saias laterais e adesivos ST, trazia em seu interior tapetes em carpete, pedaleiras esportivas e soleiras em vinil, além de oferecer como opcional bancos em couro com a inscrição ST – o motor era o 1.0.
Para 2010, os pacotes de opcionais foram distribuídos em três módulos: Fly, Pulse e Class (disponíveis para as versões 1.0 e 1.6); Somma, Neo e Prestige (1.0) e Performer (somente para a 1.6). No final de 2011, também estavam sendo instalados nas concessionárias os pacotes de acessórios ST e Storm, esta última de perfil aventureiro.
Class
Fly
Pulse
Somma
Na Europa já está circulando um Ka ainda mais remoçado, o que pode indicar que em breve o carro que aqui conhecemos por Ka pode vir a mudar, afinal, em 2013 a última reformulação completará cinco longos anos, uma longevidade impensável atualmente.
2011
2012
Interior 2012
2013
2014 sedan
2014
2014

Atenção
Por ser um carro que já ultrapassou os dez anos de uso, é bom ficar atento a alguns detalhes, caso esteja interessado em comprar uma das primeiras versões do carro. Nos modelos equipados com motor Endura-E, ou seja, entre 1997 e 1999, a válvula IAC (idle air control), que como o nome diz, controla a vazão do fluxo de ar na marcha lenta, pode dar problema. Ligue o carro e deixe-o um tempo na marcha lenta. Se ele morrer, pode ser necessário trocá-la. Nestes mesmos modelos, a forração das portas era fixada com uma presilha que empenava facilmente esta peça.

O fato de o estepe ser fixado abaixo do porta-malas facilita o seu furto, além de ser mais complicada sua operação de retirada e colocação e o interruptor que corta a alimentação do carro em caso de acidentes pode ser acionado indevidamente, causando a parada do carro.
Por fim, os para-choques costumam ser sensíveis e após pequenas batidas, costumam perder o alinhamento e o encaixe correto, tanto junto aos para-lamas, como na parte frontal ou traseira; as versões sem direção hidráulica costumam ter o volante muito pesado e nas versões sem regulagem de altura do banco, a posição de pilotagem é muito baixa.

Recall
Até hoje, a Ford do Brasil já fez quatro convocações de recall para o Ka. Confira quais foram e fique atento para saber se o que você pretende comprar se enquadra em alguma delas:
7/3/2003 – Análise do sistema de freios e eventual substituição do conjunto da pinça de freio, que em condições severas de uso, poderia perder a eficácia.
12/3/2003 – Substituição do tubo do hidrovácuo. Fora constatado que em condições extremas, a vibração do motor poderia provocar pequenas trincas na peça, podendo gerar rompimento da mesma, o que acarretaria esforço extra para a frenagem do veículo.
18/12/2008 – Possibilidade de ocorrerem fissuras no tubo do freio em função do atrito com a abraçadeira do radiador.
21/5/2010 – O contato do chicote do carro com pontos da carroceria poderia gerar curtos-circuitos que poderiam vir a gerar a queima constante de fusíveis, inoperância de itens de segurança e até mesmo princípio de incêndio no motor do carro.
Para saber se o carro que deseja comprar esteve incluído em uma destas convocações, acesse a página de recall que a própria Ford mantém e obtenha mais informações.
Tunado
Feroz
Se Fosse assim desde o começo...kkkk!


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